Pesca ao Corrico

A Pesca corrico é indicada para capturar peixes predadores, como robalo, cavalas, peixe-agulha, corvinas entre outros.
De seguida vamos abordar a todas as envolventes desta técnica de pesca, tais como estado do mar, a época, material e claro a técnica.




Mar
Para a prática do corrico aconselha-se um mar fraco ou moderado, sem enchios*. Como estamos a pescar com bóia de água / buldo ou chumbo ligeiro e amostra o mar não convém estar muito forte pois prejudica o trabalhar da amostra assim como fortes ventos dificultam o lançamento. O mar com enchios* faz com que tão depressa estejamos a pescar em seco como de repente tenhamos a água pela cintura o que se torna perigoso além do peixe não abeirar tanto com este tipo de mar refugiando-se em águas mais profundas.

Maré
Maré é normalmente durante a baixa-mar que se registam melhores resultados. É nessa altura que temos melhor acesso aos locais por onde os robalos se costumam alimentar. Se a Baixa-mar coincidir com o nascer ou pôr-do-sol melhor pois o robalo mostra-se nestas alturas mais ativo e menos desconfiado, aproximando-se da costa em busca de presas, sendo as últimas duas horas de descida e as primeiras duas de subida as melhores para esta prática. Enquanto no spinning se obtém melhores resultados durante a preia-mar.

peixes-pesca-corrico



Época do corrico ao robalo

É durante os meses de Inverno onde se verifica o ponto alto da presença destes predadores junto da costa. É nos meses de Janeiro e Fevereiro que estes predadores se juntam junto á costa para a desova, não significando porém isto sinónimo de uma grande pescaria pois nesta fase muitas vezes os robalos não reagem à passagem da amostra, o que provoca por vezes uma certa frustração no pescador.
No entanto, o final do Outono e a primavera também são épocas propícias para a captura do robalo. Isolados ou em pequenos grupos, no Outono o robalo prepara-se para a época da desova alimentando-se de camarinha, caranguejos, polvos e pequenos peixes. Na primavera e após a época da desova o peixe necessita de recuperar energias, sendo também esta época excelente para corricar, pois o peixe anda bastante ativo e é possível observá-los a perseguirem cardumes de petinga que entretanto fazem a sua aparição junto à costa.

Equipamento e acessórios:
Cana / Carretocana_pesca_corrico

Como vamos estar em média duas ou três horas a corricar, é importante usarmos uma cana leve e confortável. Deverá ter entre 3.30 e os 4.5 m, com capacidade para lançar até 120g. Os passadores devem de ser de grande qualidade devido as enumeras recuperações aumentando em muito o seu desgaste se estiver a utilizar multifilamento. Entre os melhores estão os Fuji e SIC.
Os carretos são um fator bastante importante, pois é ele que vai controlar a menor ou maior saída de linha no lançamento, a velocidade de recuperação da amostra RATIO* e claro trazer o peixe até nós. Devem ser resistentes pois serão sujeitos a um desgaste enorme devido às recuperações constantes. A linha madre, se tiver possibilidades económicas aconselho o multifilamento 0.17 ou 0.19 pois devido ao facto de ser uma linha sem memória e sem elasticidade torna-se bastante sensível qualquer toque, por vezes até conseguimos sentir a amostra a passar em algas o a bater no fundo.




Montagens / Amostras

As montagens e amostras são talvez o fator mais importante para um bom resultado na pesca nesta técnica. A escolha da montagem e a amostra utilizada deve ser ponderada em função de vários fatores e aconselho o fluorbarbono mas qualquer linha monofilamento com diâmetro entre 0,30 e 0,40 dará também bons resultados.
Em pesqueiros de base rochosa devem ser utilizadas montagens elaboradas com bóia de água, isto porque montagens com chumbadas têm tendência a prender nas pedras e acontece a consequente perda de material.
A montagem de bóia de água é constituída por uma bóia de água com alfinete e destorcedor simples, um estralho de monofilamento entre 0,30 e 0,40 mm com uma média de comprimento a rondar os dois metros ao qual se prende a amostra através do NÓ PALOMAR*.
Depois temos variantes dentro desta montagem que ficam ao gosto de cada pescador, se queremos que a amostra afunde mais para trabalhar a meia agua pomos um ou mais chumbos fendidos no estralho perto da amostra, se queremos pescar perto do fundo pomos chumbinhos ou areia dentro da bóia de água de modo a esta afundar e pescar mais abaixo, tudo isto varia consoante a forma como o robalo se anda a alimentar e o estado do mar.
Montagem com chumbada, esta montagem funciona bastante bem em locais de cruzamentos de correntes entre as águas estuarias e as do mar. É nestes locais que os peixes predadores se encontram á espera de pequenas presas. Esta montagem também deve rondar os dois metros de comprimento entre a chumbada e a amostra. O lançamento deve ser feito para traz contra a corrente esperando depois que a linha fique esticada para então começar a recolher trabalhando a amostra.

iscos-pesca-corrico



Amostras

Quanto às amostras os tamanhos n.ºs 12 e 14 são sem dúvida os mais utilizados contudo na pesca nada é regra pelo que devemos experimentar vários tamanhos, cores e tipos tirando desta forma as nossas próprias conclusões.
Quanto às cores, normalmente para águas claras e dias iluminados utiliza-se amostras claras o branco e rosa ou branco e vermelho, enquanto para águas escuras e dias pouco Iluminados revelam-se com mais resultados as amostras com cores mais escuras. No corrico noturno já se utilizam também cores mais opacas como bordeux, vermelho, verde-garrafa ou preto. Mas neste aspeto o melhor é ir trocando as cores quando o peixe não pega a ver se alguma resulta.
Quanto à velocidade de recolha da amostra esta convém ser irregular, umas vezes mais rápido, outras mais devagar. Se estiver a corricar na praia tente lançar para zona pós rebentação pois é nesta espuma que normalmente se dão os ataques do peixe.


Conclusão

Na pesca não existem certezas absolutas, o que torna esta modalidade tão interessante. Temos de ser nós pescadores a analisar e tentar perceber quais as melhores opções para que a pesca tenha sucesso. Boa pesca!


*Mar com enchios
Enchios são ondas que de vez em quando, principalmente nas marés de lua e com mar forte invadem a costa com muito mais força que a restante ondulação. Estas ondas podem ser bastante perigosas pois podem arrastar para dentro do mar pescadores desprevenidos assim com o material.
Devemos ter especial atenção pois nenhum peixe pescado vale a vida de um pescador.
Uma forma de verificar se o mar esta com enchios está na observação do mar. Quando se verifica espuma branca para lá da ondulação podemos estar diante um mar com enchios. O mar de enchios faz com que tão depressa estejamos a pescar em seco como de repente tenhamos a água pela cintura o que se torna muito perigoso além do peixe não abeirar tanto com este tipo de mar refugiando-se em águas mais profundas.

*Ratio
O Ratio de um carrinho determina a sua velocidade de recuperação máxima e é definido pelo número de voltas completas da asa do cesto por uma volta da manivela. Com um carreto rápido podemos fazer uma recuperação lenta quando assim necessário mas nunca o contrario. Para este tipo de pesca aconselho 5:0:1 ou 6:0:1.



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